Ciência e Arte
Nesta edição, o Simpósio da RGV-NE conta com a arte de um dos mais brilhantes xilogravadores do país, o pernambucano radicado na Paraíba, Marcelo Soares. Nascido em 1953 em Olinda, veio morar em João Pessoa, depois que os dois filhos passaram iniciaram graduação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Marcelo é poeta cordelista, editor, desenhista, artista visual, letrista, compositor, intérprete e arte -educador. Descrito no site Paraíba Criativa, como “um dos mais significativos poetas cordelistas da atualidade”, começou sua carreira artística inspirado no pai, “O Poeta Repórter”, José Soares (1914-1981) expoente e renomado cordelista, nascido em Alagoa Grande, no Brejo Paraibano.
Marcelo, desde muito pequeno, acompanhava seu pai na venda dos cordéis e sobre isso, o poeta Homero do Rêgo Barros, no folheto José Soares – o poeta repórter do Recife, de 1978, se refere de forma carinhosa a essa relação:
“Marcelo, filho estimado,
Trata-o com todo carinho:
Reveza seu pai na banca
Se ele vai longe ou pertinho.
Bendito seja o ditado
– Filho de gato é gatinho”
Em 1974, incentivado pelo pai, iniciou na xilogravura fazendo capas para folhetos de cordel. Com o passar dos anos, Marcelo expandiu suas atividades, incursionado por desenho de pintura, criando capas e ilustrações para livros, discos, cartazes de cinema, shows, teatro e outros eventos. É autor de quase uma centena de folhetos de cordel. Ilustrou obras de dezenas de poetas populares. Seu trabalho teve o reconhecimento de Ariano Suassuna, com quem trabalhou por quatro anos consecutivos (1994-1998) – “Gosto muito da gravura de Marcelo Soares. Quando bato o olho, identifico logo que a obra é sua. É assim, feito uma marca, um ferrão. Além do mais, é poeta dos bons”.
No Rio de Janeiro, fez curso de xilogravura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1984), ensinou na Escolinha de Arte do Brasil (1984-1985) e trabalhou no ateliê de Augusto Rodrigues (1987-1991). Retornando a Pernambuco, Marcelo tornou-se Diretor de Cultura do Município de Timbaúba (1992-1996) e 1997 fundou a Folheteria Cordel. O artista ministrou oficinas de gravura no Brasil e exterior, onde podemos destacar as cidades francesas de Marseille, Toulon, Poitiers e Paris em 2005, durante as comemorações do Ano do Brasil na França, e na Universidade do Porto, em Portugal, 2007. Além disso, em 2008, tornou-se Artista Visitante na Universidade do Rio de Janeiro (UERJ) e, em 2009, participou da Folk Art International Market em Santa Fé, Novo México, EUA .
Seu talento o levou a atuar em várias editoras como Brasiliense, ltatiaia, Prelo, Paulinas, Contexto e Global e para jornais como O Globo, Jornal do Brasil, O Pasquim, Jornal do Comércio e Diário de Pernambuco. Publicou inúmeros folhetos, entre eles alguns títulos como: O cego namorador e A herança da minha sogra, porém nota-se que seu ponto forte é no cordel de cunho crítico e jornalístico, talvez herança de seu pai. Na vertente crítico-jornalística destacam-se alguns títulos como: O caso Mônica Levinsque com o presidente Clintóris, O castelo Monalisa do amigo deputado, A crise do ‘mensalão’ e o Caso da cueca, entre outros.
Veja Mais em:
Site Oficial – http://marcelosoares.org/
Facebook – http://www.facebook.com/marceloalvsoares
Paraíba Criativa – http://www.paraibacriativa.com.br/artista/marcelo-alves-soares/
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